O QUE É SER CRENTE?

“Vivei, acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo” (Filipenses 1:27)

Quando Paulo escreveu a carta aos Filipenses, ele pastoralmente tratou de muitos assuntos urgentes, importantes demais para a Igreja, a despeito de estar sofrendo na prisão, com fome e solidão. Não obstante, Paulo exige alegria dos irmãos, bem como trata de unidade, contentamento, humildade, gratidão, enfim, uma carta cheia de uma doutrina extremante prática e urgente para a Igreja.

Se formos honestos, teríamos muita dificuldade em julgar um assunto mais importante que os outros, pois precisamos de todos eles, mas Paulo, inspirado por Deus, sublinhou o que seria importante “acima de tudo”: “viver de modo digno do evangelho”. Com essa expressão, Paulo mostra que o evangelho não é simplesmente um aglomerado de leis e preceitos burocráticos que devem ser seguidos, ou mesmo uma religião mística que depende de algum tipo de transe ou mantra para fazer sentido; mas é um modo de vida e a identificação com uma pessoa, pois é “o evangelho de Cristo”.

Nessa carta então, Paulo explica o que é ser crente, unindo pensamentos antagônicos e, como poucos conseguem enxergar, não-excludentes.

1. Aos que tratam o evangelho de forma fria, fundamentalista, farisaica, o Apóstolo grita nos seus ouvidos a necessidade do amor. Sejam Evódia e Síntique, sejam os legalistas de plantão, Paulo diz que devem ser “unidos de alma”.

2. Aos que pensam que o evangelho é apenas um misticismo dissociado de doutrina e que se pode viver de qualquer jeito, desde que juntos possam levantar a mão e fazer caretas quando cantam músicas na Igreja, Paulo diz que devem “pensar a mesma coisa, ter o mesmo parecer”.

Pois na união entre a boa doutrina e a piedade sincera, resume-se esse viver! Assim foi Cristo, por isso, Paulo diz: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus...ele se esvaziou,...se humilhou,...foi obediente”.

Em resumo, para ser crente, devemos evitar a aridez e o formalismo da religião, sem negar a necessidade da obediência à Lei de Deus; assim como devemos evitar as loucuras desse evangelicalismo tosco que nos circunda, sem negar a necessidade de cultuar alegremente, orar com ações de graças e pregar o evangelho onde quer que andarmos!

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